Golpes Financeiros Contra MEIs e Pequenos Empreendedores: Como se Proteger

Produção 03

Ser um Microempreendedor Individual (MEI) ou administrar um pequeno negócio é um caminho cada vez mais atraente para os brasileiros. Além de ser seu próprio chefe, ao formalizar sua atividade como MEI ou abrir uma pequena empresa, os empreendedores adquirem a capacidade de abrir uma conta bancária comercial, acessar crédito e oferecer diversos métodos de pagamento aos seus clientes. No entanto, essa jornada repleta de oportunidades também atrai indivíduos desonestos que buscam aplicar golpes financeiros.

A melhor defesa contra essas armadilhas é a informação. Continue lendo para aprender sobre os principais golpes financeiros aplicados a empreendedores e descobrir como identificá-los e evitá-los para proteger seus negócios.

Golpes Financeiros Contra MEIs e Pequenos Empreendedores
Imagem: Meu Bolso em Dia

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Golpe do Falso Site do MEI

Um dos golpes mais comuns é o golpe do falso site do MEI. Nele, os fraudadores criam websites falsos que se assemelham muito ao portal oficial do empreendedor, que opera dentro do site do governo e é acessado através de uma conta Gov.br.

Os golpistas enviam links por e-mail, mensagens de WhatsApp ou anúncios online prometendo benefícios ou serviços para atrair empreendedores.

Quando o empreendedor clica no link, ele é redirecionado para o site falso e acaba fornecendo informações pessoais e bancárias.

As promessas incluem frequentemente auxílio para acelerar o registro, auxílio na declaração anual de faturamento ou aumento do teto de faturamento do MEI.

Sempre verifique o endereço na barra de endereços do seu navegador ao acessar qualquer página na web.

As páginas governamentais sempre começam com www.gov.br/, seguido do nome da página, que, nesse caso, é empresas-e-negocios/pt-br/empreendedor. Sites que terminam em “.com”, “.com.br”, “.org.br” e similares não são públicos.

Certifique-se de que o site possui um cadeado de segurança e que o endereço começa com HTTPS://, indicando que o site é protegido por um certificado digital SSL.

Golpe do QR Code Falso

Com a popularização do PIX, um golpe que tem afetado não apenas pequenos empreendedores, mas o público em geral, é o golpe do QR Code falso.

Os fraudadores enviam QR Codes que supostamente correspondem a contas que o empreendedor deve pagar. Após a transação, o empreendedor descobre que o dinheiro foi parar na conta dos golpistas.

Esse golpe também pode ser aplicado nos pontos de venda, onde os fraudadores colam um QR Code falso sobre o QR Code real.

Sempre verifique o nome do beneficiário informado pelo banco ao escanear um QR Code antes de confirmar o pagamento.

Se o nome for diferente do esperado, não efetue o pagamento. Entre em contato com o lojista ou vendedor e confirme os detalhes da transação.

Golpe do Falso Boleto

O golpe do falso boleto visa induzir o empreendedor a pagar uma dívida inexistente, como o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional) ou a mensalidade do plano de saúde.

Os fraudadores enviam à vítima um boleto idêntico ao que ela normalmente paga. Às vezes, as informações no boleto falso são idênticas às dos boletos verdadeiros.

Por estar acostumado a pagar faturas desse tipo, o empreendedor pode não verificar detalhes importantes, como o nome do beneficiário no momento de confirmar a transação.

Antes de pagar qualquer boleto, verifique cuidadosamente os dados do beneficiário (nome e CNPJ), a data de vencimento e o valor para garantir que corresponda ao pagamento correto.

Verifique os três primeiros dígitos do código de barras para garantir que corresponde ao número do banco responsável pelo boleto.

Lembre-se de que o DAS é emitido exclusivamente pelo site oficial do MEI, que faz parte do portal gov.br desde 2016.

Golpe da Cobrança Indevida

Nesse golpe, o empreendedor recebe um boleto ou outra forma de cobrança relacionada a contribuições sindicais ou associações de classe às quais ele não é obrigado a se filiar.

Imagem: Portal MEI

Os fraudadores enviam boletos cobrando taxas de associações e sindicatos fictícios, muitas vezes com ameaças de cancelamento de direitos em caso de não pagamento.

Esteja atento aos detalhes das correspondências que você recebe. Cartas falsas frequentemente apresentam erros visíveis, como erros de ortografia, logotipos mal impressos e outras falhas. Lembre-se de que o MEI não é obrigado a se filiar a nenhuma instituição ou pagar boletos enviados por essas entidades.

E-mails com Pedidos de Retificação

Os empreendedores MEI sabem que precisam fazer a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN SIMEI) anualmente. Os fraudadores sabem disso e criaram um golpe que envolve pedidos de retificação do documento.

O empreendedor recebe um e-mail ou mensagem no WhatsApp contendo um link de retificação. Ao acessá-lo, os criminosos instalam vírus e programas espiões em seu computador, capturando dados pessoais e bancários.

Nunca clique em links ou abra anexos de e-mails ou mensagens de remetentes desconhecidos.

Se quiser verificar a autenticidade de tal comunicação, digite o endereço oficial da página diretamente em seu navegador ao invés de acessar o link fornecido.

Além disso, a Receita Federal não envia mensagens por e-mail sem autorização dos contribuintes, e toda a comunicação é feita pelo Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) na página oficial da Receita Federal.

Falso Auxílio Social do Empreendedor

Devido à crise desencadeada pela pandemia de COVID-19, muitos empreendedores enfrentam dificuldades financeiras. Aproveitando esse contexto, golpistas começaram a oferecer um suposto auxílio financeiro em nome do Sebrae.

Os fraudadores criam sites falsos e enviam e-mails oferecendo um auxílio falso. Ao fornecer informações para receber o dinheiro, os empreendedores acabam entregando seus dados pessoais e bancários aos golpistas, que podem usá-los para obter empréstimos em seus nomes ou acessar suas contas bancárias.

O único tipo de auxílio oferecido pelo Governo Federal durante a pandemia foi o Auxílio Emergencial, que foi encerrado.

Hoje, o Auxílio Brasil está em vigor, e o cadastro deve ser feito exclusivamente no portal oficial da Caixa Econômica Federal. Portanto, qualquer e-mail oferecendo auxílio financeiro para empreendedores é, sem dúvida, um golpe.

Golpe do Falso Fiscal

A maioria dos golpes não envolve a presença física do golpista, mas este é uma exceção. Conhecido entre os pequenos empresários do setor de alimentos, o criminoso entra em contato com o empreendedor e exige o pagamento de taxas para liberar o alvará.

O golpista se faz passar por um fiscal de algum órgão regulamentador do setor em que o empreendedor atua.

O falso fiscal pode entrar em contato por telefone ou e-mail, mas, na maioria das vezes, ele vai pessoalmente ao estabelecimento e comunica ao proprietário que houve uma denúncia contra ele.

Geralmente, o falso fiscal afirma ser da vigilância sanitária, embora existam variações do golpe, dependendo do setor em que a empresa atua.

É simples evitar cair nessa armadilha. Se algum fiscal aparecer à sua porta, exija suas credenciais, pois eles são obrigados por lei a apresentá-las.

Se você estiver em dia com suas obrigações, não precisa se preocupar. Lembre-se de que os órgãos regulamentadores não fazem abordagens prévias para alertar sobre irregularidades.

Golpe do Empréstimo Falso

Outro golpe comum é o golpe do falso empréstimo. Nesse golpe, os fraudadores entram em contato com as vítimas por SMS, WhatsApp ou telefone, oferecendo empréstimos com taxas de juros muito abaixo das praticadas no mercado.

As mensagens geralmente contêm links maliciosos ou direcionam o empreendedor para sites falsos, onde são solicitados documentos pessoais.

Imagem: Contábil Zaniti

Nas ligações telefônicas, os supostos atendentes pedem que você forneça seus dados. Em qualquer caso, o objetivo é o mesmo: roubar dados e dinheiro, cobrando valores para “acelerar” a liberação do empréstimo.

Nunca clique em links de remetentes desconhecidos, nunca forneça informações pessoais e desconfie de empréstimos com condições que pareçam boas demais para ser verdade.

Se ficar em dúvida, entre em contato com seu banco por meio dos canais oficiais de relacionamento disponíveis no aplicativo ou site.

Como Evitar Golpes Direcionados ao Pequeno Empreendedor?

Agora que você conhece os tipos de golpes e fraudes mais comuns que afetam os pequenos empreendedores e como evitá-los, aqui estão algumas dicas gerais para se manter ainda mais seguro:

  • Sempre verifique a presença de um cadeado na barra de endereço do seu navegador para garantir que um site seja seguro.
  • Não clique em links ou baixe arquivos de remetentes desconhecidos, pois eles podem conter vírus. Nunca forneça senhas ou informações pessoais por e-mail, SMS, chamadas telefônicas ou WhatsApp.
  • O registro do MEI é totalmente gratuito e pode ser feito digitalmente. Se alguém tentar cobrar pelo serviço, desconfie.
  • O único pagamento que os empreendedores devem efetuar regularmente é o DAS. Se receber qualquer outro tipo de cobrança, ignore-a.
  • Em caso de cair em algum desses golpes, é essencial registrar um Boletim de Ocorrência (BO) presencial ou online e apresentar todas as evidências disponíveis, como mensagens, e-mails e comprovantes de pagamento.

Proteja seu negócio e suas finanças por meio da conscientização e vigilância contra essas tentativas de golpes.

A informação é a melhor defesa contra os fraudadores que visam os empreendedores. Mantenha-se seguro e prospere no mundo dos negócios.

Se desejar adicionar mais informações ou detalhes específicos a este artigo, por favor, informe-me. Estou à disposição para ajudar.